Primeiramente, eu queria agradecer aos que tem visitado o blog e aos comentários. Amo ver que estão gostando, já que eu posto só pra levar pra vocês aquilo que eu gosto.
Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os Judeus. Também não faz idéia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com um frio na barriga. Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. “O Menino do Pijama Listrado” é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.
Comecei a ler o livro por acaso. Não tinha a mínima idéia do que se tratava, mas foi uma surpresa enorme quando eu abri o livro e fui descobrindo junto com Bruno a história que ele estava prestes a viver.
O autor conseguiu narrar a história de uma delicadeza inimaginável, de um ponto de vista que eu nunca tinha visto antes – eu adoro histórias sobre o holocausto, mas essa é incrivelmente diferente. Geralmente, estamos acostumados a histórias desse período contada do ponto de vista dos adultos nos campos de concentração (como A Lista de Schindler), mas o ponto de vista da criança do outro lado da cerca fez diferença.
A inocência do Bruno é contagiante. A história é dramática, mas eu não consegui chorar com ela, por mais que tentasse. Foi sutil demais para isso.
A história me fez refletir sobre algumas coisas… As crianças estão sempre tão abertas ao mundo, sem preconceitos… A amizade de Shmuel e Bruno é linda demais, mesmo com as diferenças étnicas. O final é surpreendente e triste, mas o livro é uma lição e um pouco do que o povo da Europa passou no período nazista. Então você percebe que não só os judeus perderam com o Holocausto, mas todos. Até os soldados nazistas provaram do próprio “veneno”.
Para os preguiçosos de plantão, o livro também ganhou versão cinematográfica (que por incrível que pareça ainda não pude ver!), e parece ser tão bom quanto.
Acho que O Menino do Pijama Listrado é um livro que todos tem que ler: é pequeno e marcante, daqueles que a gente guarda a vida inteira na memória.
John Boyne também escreveu “O Garoto do Convés”. Depois da surpresa que tive com seu primeiro livro, estou louca para comprar o outro. Nem quero ler a sinopse, o livro vai ficar mais interessante se eu for atirar no escuro, como fiz com esse.
O Menino do Pijama Listrado – John Boyne
186 páginas
Cia Das Letras
Nota: 10,0